09 julho 2011

Timidez e cenas falsas.

O vi espiar por muito tempo, os olhos claros nos meus, o sorriso tímido iluminando o rosto bonito. Eu queria ir até ele, queria mesmo, mas sou tão tímida quanto ele, sou mais tímida do que ele, sou um tanto quanto envergonhada, fechada, amedontrada, apavorada com todas as possibilidades. Então o deixei apenas sorrir, me deixei sorrir também, vigiei-o o quanto pude, para guardar aquele rosto bonito me vigiando na memória. Mais um talvez, mais um silêncio, mas um se, modesto, silencioso, imaginário. Mas faz mal não. Me faz feliz pensar que poderia ser feliz. Criar em letra e cena sempre me apraziu. Criar o cenário sempre me preparou e impediu, sempre me ajudou e atrapalhou, sempre aconteceu. Faz parte de mim fazer a cena, desenhar os traços, sorrir com eles. E sorrir fez com que ele, aquele, sorrisse pra mim. E aquele sorriso me valeu a noite. Me valeu esta história. Me valeu meio amor de imaginação.

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