17 janeiro 2016

Sobre Elis Regina e a solidão.

Durante anos você foi tudo o que eu tinha, tudo o que eu respirava e sabia que era meu. Mas hoje... hoje em dia as coisas são tão confusas, as linhas tão difusas, que eu não sei mais onde a gente se encontra. Ao contrário, posso citar um milhão de pontos onde a gente se separa. Onde a gente se desconhece.
Os meses parecem anos e os anos são séculos atrás e eu e você tinha gosto de certeza, mas passou, passou, ficou ao longe. E te querer tanto, tanto, foi bom e durou, durou, e aí passou e agora seu nome é só um nome e seu rosto é só um rosto e tudo é lembrança. É sorriso quando vejo fotos, quando leio cartas, quando toco saudades. Mas é passado, e o tempo corre, e a gente não é mais.
Não soubemos funcionar em meia dose e eu não sei não me dar por inteiro e eu não sou boneca nem brinquedo pra você brincar com os pedaços do que restou do que a gente era. Não posso, não quero, não vou e tudo o que fomos fica pra trás.
Nem tua falta eu sinto mais.
É que a gente cresce e aprende a caminhar sem as muletas.
É que a gente cresce.
A gente aprende a ser só.

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