Choveu sobre os meus olhos por dias a fio, tantos que eu nem ao menos conseguira contar. E eu me sentava na calçada, sem derramar uma unica lágrima, esperando aquele temporal passar. E que chuva, meu Deus, que chuva.
31 maio 2011
Depressão.
28 maio 2011
Gaiola Aberta.
Solte-me no mundo, batendo asas, voando alto, contra a corrente. Solte-me numa aventura e me envie cartas, contando banalidades e sentindo mnha falta, esperando que eu retorne logo com um saco de histórias e sorrisos. Solte-me no mundo sem remorsos, com coragem, acreditando que crescerei e que voltarei - ou não - mas sabendo que viverei, por que viver é sempre crucial, especial, essencial. Solte-me no mundo depois de perceber o quanto me ama, depois de um abraço apertado, de uma declaração de amor, mas me solta, que eu preciso me unir ao céu azul. Me solta no mundo sorrindo por que eu nunca fui propriedade, e sempre quis mesmo voar. Me solta no mundo feliz. Me solta e vai ser feliz também.
21 maio 2011
Estilhaço.
Quebrou. Vidro frágil, delicado, vagabundo. Trincou, rachou, partiu. Estilhaçou. E dos pedaços, sobras, lixo, se deu minha cegueira. Partícula cruel, que caminhou pé ante pé até meus olhos, se encaixou no meu castanho e me tirou pra sempre do mundo das cores. Do mundo do azul, do vermelho, do verde. O mundo que eu prezava tanto, tanto. Que eu amava tanto, tanto. Cuja observação sempre me fascinou, apaixonou, iludiu. E agora, me restou o sentir e não importa o que digam, não me é suficiente. Nunca soube viver de escuridão. Do escuro, de cegueira, me bastaria a noite e a lembrança. Eu, eu quero mesmo é viver de luz.
Premissa.
Uma vez ao mês, que fosse, se entregava á dor. Se espalhava nos lençóis, manchava minha memória e se desfazia na minha cama. Chorava, ás vezes, e se encolhia de tal maneira que eu temia que se fechasse pra nunca mais se abrir. Uma vez por mês, que fosse, eu me sentava ao seu lado, alisava seu cabelo e a via sofrer, sem nada pra fazer além de assistir. Uma vez por mês eu sussurrava que a amava e a via dormir sob meu colo, reconfortada com a promessa muda que eu nunca fizera, mas na qual, por ela, eu também acreditava. Um dia, ia valer a pena.
15 maio 2011
Marinheiro, marinheiro.
A menina tinha os olhos marejados e o sorriso meio forçado, meio sofrido, meio apagado. A sua frente, o rapaz sorria orgulhoso, uniforme branco, chapéu sob o braço, marinheiro do mar-imenso.
Era sua primeira partida, seu primeiro adeus, e a pobrezinha se segurava pra não se desfazer em lágrimas eternas, lágrimas bobas, de saudade antecipada pelo amado que ainda não partira. Era sua primeira vez no mar-profundo-de-verdade e ele não via a hora de se lançar no azul, conhecer um mundo novo e sentir saudades dela, a constante pequena amada, cuja presença ele desfrutara desde sempre e amara desde que saias começaram a parecer levemente convidativas, seu primeiro amor de terra firme.
E o primeiro apito soou, e as lágrimas fugiram rosto abaixo, e o sorriso pequeno e esforçado sumiu, num balançar de cachos louros nervosos. Era hora de ir. Ele limpou as lágrimas que escorriam dos olhos azuis, beijou a testa e os lábios suaves da menina, sussurrou-lhe um segredo de amor, perdeu-se nos cachos e no aroma e no pescoço macio por um segundo, e se preparou para partir.
Ela tocou-lhe o rosto, deu-lhe bênção e pediu aos céus que bons ventos o trouxessem de volta nas ondas do mar-azul-e-verde antes que o peito doesse demasiado sua falta. Ele sorriu e beijou-lhe os dedos antes de correr para juntar-se aos homens em marcha navio acima. Partiu sorrindo e acenou para ela do mar adentro, do alto do monte de metal e água, declarando-se ao vento e sentindo arder o peito. Era quase como se ainda pudesse sentir os cachos entre os dedos. Era quase como se, nos cachos, houvesse dedos. (E o vento carregava suas lembranças até a praia todos os dias. E ela sempre mantinha a janela aberta, pra senti-lo entrar.) E saudade lhes soprava todos os dias. E a brisa, trazia sempre um cheiro bom. Cheiro de amor e sal.
13 maio 2011
Abraça-me.
Abra bem os braços. O máximo que puder. Depois os aperte, mas os aperte bem, ao redor de mim. Me estreite em seus braços como se sua vida dependesse disso. Como se o mundo fosse acabar amanhã. Deixe que dois sejam um num unico abraço. Me abrace. Por que um abraço é tudo o que eu quero. É tudo o que eu preciso. Então me abrace.
Pausa para abstração.
Olá. Tenho andado sumida, eu sei. Meu computador tinha morrido de novo, e eu nao gosto muito de postar de computadores estranhos.Que seja. Agora estou de volta. Minha rotina implica que eu só esteja em casa nos finais de semana, logo, é quando eu vou tentar postar. Não tenho me sentido a vontade copiando os textos do caderno, mas vou fazendo isto aos poucos, promessa. Então não me abandonem, fiquem aí. Adoro vocês e as letras de vocês e os comentários de vocês. Gosto de ver que as minhas letras também são verdade pra mais alguém. Gosto mesmo.
Beijo, beijo,
Thai.
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