21 maio 2011

Premissa.

Uma vez ao mês, que fosse, se entregava á dor. Se espalhava nos lençóis, manchava minha memória e se desfazia na minha cama. Chorava, ás vezes, e se encolhia de tal maneira que eu temia que se fechasse pra nunca mais se abrir. Uma vez por mês, que fosse, eu me sentava ao seu lado, alisava seu cabelo e a via sofrer, sem nada pra fazer além de assistir. Uma vez por mês eu sussurrava que a amava e a via dormir sob meu colo, reconfortada com a promessa muda que eu nunca fizera, mas na qual, por ela, eu também acreditava. Um dia, ia valer a pena.

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