11 abril 2011

Rosa sem destino.

Ela tinha a rosa dos ventos tatuada na perna direita. Não era daquelas comuns e não tinha nenhum dos pontos que deveria, mas estva ali, obvia, exuberante e chamativa, capturando o meu olhar do banco oposto. Eu me perguntava se ela, a rosa, servira seu propósito e contara a ela, a mulher, aonde ir. Se ela havia encontrado seu caminho. Se era com algum propósito a mais que ela estava sentada ali, tão perto, no banco ao lado do meu no ônibus a caminho do fim do mundo onde eu mesma me perdia e me jogava vez ou outra. Me perguntei se a resposta pra tudo estava apenas em uma tatuagem de rosa dos ventos, gravada na pele com alguma dor e tinta preta. Olhei bem pra ela, a mulher tatuada, por algum tempo. Algum longo tempo. Procurava nela o sinal evidente de que ela sabia onde ir. De que tinha rumo, tinha destino, tinha futuro certo, escrito nas estrelas, na pele, na tatuagem. Não parecia. Na verdade, paecia ainda mais perdida que eu, a eternamente perdida menina de todos os ônibus (parecia tão sem rumo). E os olhos, que vasculhavam a estrada a procura de seu ponto, a faziam parecer ainda mais perdida. Perdi o interesse.Com rosa dos ventos, ou sem, ela parecia sem rumo demais. Duvido que soubesse pra onde ia. Não tinha respostas pra me dar. Ficariamos todas perdidas por mais um tempo.

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