14 junho 2013

Silenciosamente

Dessa vez, minha depressão não está feita de palavras. Muito pelo contrário, está feita de silêncio, de amargor, de engolir a seco a dor que não me deixa levantar da cama (ou tampouco me deixa dormir). Mas ela não não me deixa, ela não vai embora, ela se recusa a partir nas letras que desenho pra ela morar. Faço com cuidado cada palavra e arquiteto cada lágrima que cai no papel, mas a maldita não me abandona, não me deixa respirar (ela não vai embora, ela não me deixa). E eu fico em silêncio, por que eu não tenho mais o que dizer, e eu fico seca, por que eu não tenho mais o que chorar. E eu fico, por que minha dor quer me acompanhar e eu não consigo dar mais um passo que seja com ela atada ao meu peito. É pesado demais pra continuar. E aí eu fico até parar de respirar.

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