22 junho 2011
Dinâmica de Casal Adolescente.
- Me abraçar nunca foi o suficiente, hã? Você sempre teve que vir com as mordidas, os sopros, os dedos nos cabelos. Você sempre tentou me enlouquecer.
- Eu consegui?
- De muitas maneiras. Mas do que eu gostaria, aliás.
- Acho que me dou por satisfeito com isso.
- Tão pouco...
- Pouco? Eu conheço todos os seus pontos fracos. Eu os desvendei, um por um. Eu fiz seu coração acelerar, eu te prometi proteção, eu fiquei ao seu lado quando você teve medo. Eu sinto como se tivesse um milhão de conquistas.
- Nem 10% disso, de certo.
- O importante é o que vai no peito. É o amor.
19 junho 2011
Sobre florestas e lobos.
Devaneei sobre meus sentimentos e encarei seus olhos vermelhos, que brilhavam selvagens e cheios de violência para mim. Sorri.
Ele era uma espécie rara. Foi particularmente difícil encontrá-lo na floresta cheia de ruídos, onde sua respiração era facilmente encoberta pelo barulho das folhas caindo e do vento rugindo nas árvores. Mas eu o encontrara, o domara e garantira, pelo ritual certo, que ele era agora meu, ainda que ele não gostasse disso. Ainda que todo o seu ser quisesse - e talvez até fosse capaz - de me reduzir a pedaços, seu sangue era meu, e, como meu vassalo, ele me devia obediência. Me devia sacrifício. Senti meu corpo tremer com o poder conquistado e fechei os olhos absorvendo a gostosa sensação de ter o controle. Quando os voltei a ele, o lobo ainda me encarava, consciente do fato de que nunca mais teria liberdade. Que estaria para sempre atrelado a mim. Uivou, captando meus pensamentos.
- Se comporte. Meu querido cachorrinho.
16 junho 2011
Querer.
Eu quero que você me entregue as estrelas que prometeu. Quero o envelope com todas as cartas que disse que ia enviar. Quero todas as canções que você contou que fizeram você lembrar de mim. Uma cópia de todas as fotos que você escolheu pra levar contigo. Eu quero você, de branco e azul, flores nas mãos, sorriso e sentimento. Eu quero você, e não esse lamento. Eu quero só você. Eu sempre quis.
13 junho 2011
Submissa.
Tenha de mim tanto quanto precise, quanto queira receber, quanto ache que eu posso dar. Tire tudo, sou tua, sou meu máximo pra você. E se já não me quer, não me precisa, não tenha vergonha, pode me descartar. Eu sou tanto amor, tanta vontade de te ver feliz, tanto afeto no peito, que vou sorrir nossa despedida, se você estiver bem. Eu só te quero bem. Só quero te fazer bem, meu bem. E se teu sorriso é mais feliz com outra, se tuas lágrimas secam melhor em outro colo, se tua dor em outro abraço tem mais consolo, pode ir, sem receio e sem culpa. Vou sentir saudades e te amar pra sempre, e sorrir nossas lembranças e abraços e amor. Vou ficar bem aqui, onde você me deixar, sorrindo querendo chorar, com o peito cheio de você, de nós, de boa-vontade e desejos os melhores. Mas se for pra ser feliz, ah, amor, então vai. Vai que eu só te quero ver sorrir. Prometo que, se for chorar, choro baixinho, só quando chover, pra você não ver e sorrir (você sempre gostou de chuva). Então pode ir. Mas não esquece o guarda-chuva, que é pra chover só em mim. Chover água, sal e sorriso. E felicidade tua. Felicidade tua sem mim.
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