06 dezembro 2010

Píer.


Peito vazio, abraço vazio, sentido vazio. Frio, vento, chuva e mãos dadas num píer escuro. Mãos de outrem. Um sorriso, um beijo uma chama interna, eterna, escondida no fundo do peito. Ela desejou poder ficar e ele não queria que ela partisse. E, no último minuto, o afago e o pedido quase mudo por uma próxima vez. Ela sorriu e a voz deixou o ar. A promessa pairou por um segundo, e misturou-se ao vento, levada para longe. Ele sorriu seu melhor sorriso de despedida. Partiram ambos.
E o frio, e o vento, e a chuva cairam sem parar no píer escuro. E sem par. Mas as mãos, ainda que distantes, sentiam-se. Mãos de outrém. Mãos de um outro alguém.

2 comentários:

  1. Que doce! Tá, eu posso dizer mais alguma coisa além disso? Sim, lembrei de Noites Brancas, de Dostoievski. Você devia ler qualquer dia (tipo, nessas férias aí..) porque é um conto bem bonitinho.

    Esse dias eu estou sentindo essa despedida aos pouquinhos, final de ano, os amigos se separando, preparando-se para a Universidade.. É complicado. Mas deu até vontade de escrever sobre isso, sabia?? ^^

    Beijão, Thai

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  2. escrevi (e chorei) loucamente sobre isso ano passado. escreve, Deh. é bom pra tirar do peito.
    E quando ao NoitesBrancas, vou procurar. Fiquei interessada, x)
    Beijo, beijo.

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agora é a hora em que você rabisca a sua mensagem no meu infinito pessoal :)


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