24 agosto 2012

Cadência.

Eu congelei quando me vi em frente a ele, e de repente o tão esperado reencontro já não me parecia boa ideia. Eu tinha medo de me ferir, de me esquecer, de que ele partisse de repente de novo e me deixasse pra trás mais uma vez. Mas ele sorria daquele jeito de sempre, com aquela cadência pausada de quem sabe que tudo vai dar certo. Nunca soube resistir a ele.
Murmurei alguma bobagem, qualquer coisa que rimasse com vai embora, pra tentar fazê-lo perceber, mas fui por demais subliminar, e ele não me entendeu - ou se entendeu, não acatou. Ele nunca fez o que eu queria mesmo. E continuava a sorrir aquele sorriso que tirava o meu juízo, que me deixava louca, que me fazia escrever nas paredes e rasgar fotografias como quem não sabe o que é ser feliz. E eu não sei mesmo - pelo menos, não com ele. É tudo sempre tanta dor e desespero quando ele está por perto. Não dá espaço pra sorrir tranquilo assim. Mas ele vem e me beija e - quem liga? É amor, não importa o quanto eu negue, o quanto doa, o quanto eu tente fugir. É amor, é bagunça, é mistura, somos eu e ele e essa dança que não tem fim. É a cadência nossa da música que a gente pede e nunca termina - mas a noite é mesmo uma criança e dançar pra sempre não faz mal a ninguém.


Layout por Thainá Caldas | No ar desde 2009 | Tecnologia do Blogger | All Rights Reserved ©