03 setembro 2009

Na sala do juiz.


Estão presentes na sessão:
Violência. Ilusão. Falsidade. Traição.
Medidas?
Palavras, atos, pensamentos, silêncio.
Lágrimas e silêncio, o silêncio mais intenso e mais cheios de significados e sentimentos que já se criou. Ou não criou.
Era mesmo silêncio...?
Afinal, o silêncio é ausencia. Ausência de palavras, de sentimentos, de porquês. De ligações. Todas partiram-se.
Solução?
Ela tentou, ela escreveu, ela chorou. Mas na sua fraqueza, não falou.
Não se arrependeu, não perdoou, se magoou.
Magoou.
O verbo estava agora tão presente na sua vida que ela já nao sabia quem era o sujeito da ação. A vítima da ação, muito menos. Se é que havia alguma. Se é que ela não era criação. Não sabia nem ao menos qual era a situação, que dirá suas continuações, seus desprendimentos. Suas consequências.
Afundaram em meio a confusão, ao silêncio, ao rancor. Uma decepção que surgiu do nada, de uma ação corriqueira, cordial. Um cuidado que virou a já mencionada traição. E agora ela está presente, no banco dos réus e das testemunhas. Ambivalente traidora.
E ainda há violência. E crueldade.
E o silêncio retumbante e violento que espancava os sentimentos de todos os envolvidos. Ou pelo menos, de alguns deles.
E aqueles olharem incendiários que dilaceravam o oposto. Castigavam sem pena, maltratavam sem pena.
Ódio. Violência. Mágoa.
Resolução?
Fim.

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