19 setembro 2009
Sepulcral.
Em algum lugar do meu silêncio está doendo.
E eu não consigo isolar isso, não consigo fazê-lo gritar para que eu encontre a fonte e não consigo fazê-lo ficar quieto de tal maneira que não incomode.
Não posso gritar por socorro, porque meu silêncio exige que eu o mantenha. Ele não quer ser quebrado. "Já existem coisas suficientes partidas em você, menina" é o que ele me diz quando tento.
Como responder a isso? Ele não está errado. Na verdade, ele está tão certo que não consigo encontrar argumentos para combatê-lo.
Silêncio estúpido.
Você também está me partindo. Porque o silêncio também me machuca.
E em algum lugar dele, continua doendo. Rasgando, cortando e me fazendo sangrar.
E a fonte é invisível, implícita e esquiva.
E da minha parte, das duas partes, de todas as partes saem mais vozes aumentar para esse silêncio. Elas falam sem parar coisas que meus ouvidos não conseguem ouvir ou apreciar. Entender.
Em algum lugar desse silêncio, a falta do seu sentido me corta. O volume da sua voz inexistente me corta. As palavras.
Ah, suas palavras.
E em algum lugar do nosso silêncio, eu assassinei nossas sobras. Nossos pensamentos, nossas conversas, nossos interesses.
E nesse algum lugar, as nossas vozes ficarão mudas para sempre. E meu silêncio exigente e sabido, correto para toda uma eternidade. Por que sim, já existem coisas partidas em mim.
E mortas.
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C.A.R.A.L.H.O.
ResponderExcluirperdão pelo palavrão, mas não há nada que possa expressar melhor o que eu senti lendo esse texto.
lindo, lindo pra caralho.