28 junho 2009

Em silêncio.


E a minha felicidade se mostrou fumaça, que se esvaiu rápido, sumindo antes que eu tivesse a chance de capturá-la. E eu nem ao menos fui capaz de entender o porquê, já que antes, segundos antes, eu era como o sol, radiante, expandindo em sorrisos e abraços. E de repente depressão me envolveu, e eu chorava rios profundos até mesmo nos comerciais e propagandas de tv. Eu estava sem controle.
E eu me calei e chorei em silêncio, pra dentro, me afundando numa tristeza que desconhecia sua causa. Mas o fiz satisfeita, ou pelo menos tão satisfeita quanto a situação me permitia, sem nenhum peso por me obrigar a sofrer sozinha. O silêncio me é comodo, evita perguntas, evita que eu me magoe por que, na verdade, não haveriam perguntas. O silêncio é quase anestésico, quase um remédio para minha dor sem motivos, mas ainda sim existente.
E eu fiquei quieta, incapaz de sorrir, mas ainda sim intacta para olhos externos. Eu me deixei aparentar a dor apenas nas letras que expus ao mundo, talvez porque soubesse que ninguém jamais leria. Ainda sim, na minha cabeça confusa, era o meu modo de deixar os outros saberem. Meu modo de fingir que alguém sabia e que se importava por eu estar sufocando lentamente, submergindo, me afogando por dentro. E no meu infinito particular, no meu infinito de letras e de sentimentos, o invisível me respondia e me dizia para não sofrer.
E eu chorei de gratidão.

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