Ela estava chorando. Sentada nos degraus de pedra, soluçando desesperada, com o coração reduzido a estilhaços. Ela era dor na sua forma mais simples e mais pura: ela era a desesperança feita em lágrimas. Gotas cristalinas de um coração partido, despedaçado e semi-morto. Triste.
Ele estava ao lado, mas não perto o suficiente. Nem mesmo em pensamentos. Distante, frio, impassível e insensível ao sofrimento ao seu lado. Nenhuma pergunta saiu de seus lábios e nenhum toque surgiu de suas mãos. Ele só precisaria estender o braço, só precisaria se importar. Mas ele não o fez. Permaneceu estático, neutro e inatingível. Gélido.
E assim, lado a lado, eles permaneceram. Inconscientes do resto do mundo e quase inconscientes um do outro. Quase, porque ela sabia que ele estava ali, e era isso que provavelmente a convertia em água e soluços. Quase, porque ele sabia que ela estava ali, mas não se sentia impelido a ajudá-la.
Quase porque ela o amava e era incapaz de não senti-lo. Quase porque ele a conhecia, e não era capaz de amá-la.