Seu sorriso era disfarce e eu já te conhecia o suficiente pra saber que, por detrás, era só dor. Minha mão roçou a sua, mas eu não tinha palavras, já que não havia no mundo um único som que eu pudesse fazer para alentar o seu doer. Só podia mesmo acompanhar. Então apertei forte, segurei firme e me fiz presente, pro caso de você precisar. Se me quisesse, me teria, pra chorar, pra dormir, pra desabafar ou pra fingir que estava bem, se fosse assim que você quisesse, no final das contas. Se quisesse bancar o forte pra ver se fica invulnerável. Eu estaria lá, assistindo você atuar. Eu ficaria. Eu te acompanharia até o final, você sabe. Eu choraria por você. Qualquer coisa por você. Mesmo fingir que não te vi doer. Se meu sorriso te alegra, que seja. É tão pouco pra não te ver sofrer. Pega minha mão, menino, volta esses olhos pra mim e deixa desvanecer esse sorriso fingido.
E se não tiver palavra, não tem problema. Eu tô aqui. E vou sorrir só pra você. Pra afugentar seu sofrer. Mesmo que só um pouco. Só por um segundo. Um sorriso ilumina o mundo, não vê? Eu só vejo luz quando quem sorri é você. Eu só vejo você. Qualquer coisa por você.