31 outubro 2009
Curvas.
Escondi meu rosto na curva do seu pescoço, apenas por procurar um lugar onde o mundo não me alcançaria. Dali eu não via seu sorriso, nao via suas lágrimas, não via você. Eu só sentia, quieto e calmo, e eu só podia imaginar, tranquilo e sereno, como eu precisava. Como eu queria.
Sua respiração era a minha, meu sentir era seu.
Na curva do teu pescoço eu descansava, na curva da tua alma eu me infiltrava. Eu me instalava em ti, como você em mim. Eu fazia de você minha morada, meu esconderijo, meu porto seguro. Eu fazia você, eu pertencia a você, eu me atava a você. Mesmo nas mais violentas curvas, eu simplesmente me segurava mais forte e seus braços nunca me deixavam partir. Me moldavam.
E eu podia sentir todas as suas nuances, todos os teus limites, todos os seus segredos. Nós nos encontramos naquelas curvas. Naquela chuva. Naquela esquina. E eu era tua desde então, era parte de ti, me escondia em ti. Nas suas curvas, nas minhas curvas, nas suas mãos. No nosso encontro. No nosso contato.
E nas suas curvas eu me achei, e nas minhas curvas se perdeu. E pertencemos. E caminhamos. E pertencemos.
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É um excelente modo de descrever um abraço.
ResponderExcluirAdorei!