01 maio 2009

Sobre a escrita.

Tudo fugiu.
Todas as idéias, as concepções do que ela queria dizer.
Qual era a mensagem? Ela se lembrava de pouco. Muito pouco.
Pensava sobre o que produzir. Sobre o que era digno de ser posto em destaque. O que mereceria a atenção de outras pessoas.
Seus sentimentos, suas crises e suas dores não pareciam suficientes. Não eram importantes.
Não eram relevantes para nada, nem ninguém.
Suas visões de algo tão pequeno não iam tocar a ninguém.
Todo mundo passava por isso. Não era exclusivo.
Então, sobre o que escrever?
O Que poderia ser relevante e verdadeiro pra ela ao mesmo tempo? O quê poderia ser lido pelas pessoas ao seu redor? E que opinião eles formariam dela a partir de então?
E então ela percebeu.
Suas idéias voltavam, pouco a pouco, pro lugar de origem, trazendo junto novas visões e percepções diferentes.
Suas palavras deviam relatar sua verdade.
E se a verdade dela eram os sentimentos, então que escrevesse sobre eles.
Que os sentisse e os desafogasse no seu papel, nas suas folhas amareladas, nas suas telas.
O relevante é essencial pra quem escreve.
Quem lê, quem assiste, tem apenas a opção de sim ou não.
O que é dito, o que é expresso, é só dela, só de quem sentiu todas as letras do poema, todas as notas da canção.
O poder, a magia, está nas mãos de quem escreve.
E apenas uma pessoa precisa ser tocada por aquilo, muito embora, ela queira também tocar a outros.
Ainda sim, ela, que sangrou sobre aquelas palavras, é a única que realmente deve sentir ao entrar em contato com a obra.
Ela deve reviver e repetir todas as emoções e sentimentos.
Se for assim, faz sentido.
Se for assim, é relevante o suficiente.

Um comentário:

agora é a hora em que você rabisca a sua mensagem no meu infinito pessoal :)


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