Me lembro que você não era muito mais alto do que eu. Pra ser sincera, você tinha quase a minha altura e, embora negasse, eram apenas alguns dedos de diferença. Eu adorava isso em você. De algum modo, parecia deixar você mais... alcançável. Eu facilmente podia encontrar seus olhos e facilmente podia descobrir o que queria neles. Eu podia ver - quase tocar - seu interesse pelas pessoas ao meu redor. Doía, mas estava ali. Era quase meu, de alguma forma.
Pelo menos, o meu despeito tornava você o meu baixinho.
Mas um ano depois, quando você veio eu já não podia te ver... Muito menos chamá-lo de meu. Crescera, de muitas formas, o garoto genérico pelo qual eu me apaixonara uma vez. Eu já não tinha acesso aos seus olhos, aos seus sentimentos. E, de alguma forma, tudo o que era meu em você já tinha, naquela época, ficado pra trás. Eu via um outro sob o mesmo de sempre, um diferente, nas nossas poucas conversas. E agora...
Dois anos. Não te vejo. E quando vejo, não reconheço. Mas não tenho certeza se vi... Pode ter sido alguma miragem. Algum desejo oculto de recuperar o amigo que foi meu. Deus sabe que tenho me sentido muito sozinha, de verdade. E eu bem que queria um amigo, um amor, pra olhar nos olhos de vez em quando. De vez em sempre.
Mas não tenho. E nem te culpo - muito. Eu posso entender. Você só cresceu. E, aos poucos, me deixou pra trás. Acontece com todo mundo. Quando se vai assim tão longe, quando se cresce assim, tão alto, é difícil mesmo olhar pra trás. É difícil achar aquela antiga amiga, baixinha, no meio do mundo novo. Mas tudo bem. Todo mundo sempre parte. Só não me culpa por sentir saudade. Afinal de contas, eu sempre fui daquelas nostálgicas.
Da mesma de sempre,
B.
Podia ser meu, de tão.. pessoal. Lindo :)
ResponderExcluirAaah... *-*
ResponderExcluirLindo Thainá!!!
Beeijos