Estava indignada. Era meu. A palavra era minha. Era eu. Definição, não tão simples, não tão básica. Era mais. Pra mim, era carinho. Era sinal. Eu me sentia completa entre o apelido e o abraço. Eu me sentia próxima. Mas não era.
Ao que parece, era categoria. E a palavra que era minha, a chamada, a caricia, não era. Era qualquer uma, qualquer coisa. Não, não me tornava especial. Eu nunca fora especial. Eu fui iludida. Eu fui momento, fui presença, presente apenas por alguns poucos meses, algumas poucas fases. Eu nunca fui. Eu estava.
E dei então, um cálido adeus a sua eterna amizade. Eu era colega. Eu era alguém apenas, era conhecida. Dei adeus então, a tudo que tinha significado entre nós. Fechei meus olhos cheios de lágrimas, cheios de lembranças, e as apaguei. Eu me fechei á nossa antiga profundidade. Eu seria pequena, apenas, dali por diante. Pequena com sentido literal. Sem nenhum sinonimo que você pudesse citar. Eu era pequena, era rasa. E eu me senti crescer então, por perceber. Me senti ganhar o mundo, de uma maneira muito, muito cruel. Dóia crescer daquele jeito.
Não, eu já não era baixinha.
"Palavras apenas,
Palavras pequenas
Palavras ao vento"
Cássia Eller
Palavras pequenas
Palavras ao vento"
Cássia Eller
Parabens baixinha!!!
ResponderExcluirlindo!