Repulsa, pulsando desde sempre. Eu só a guardava. Eu só não a deixava saltar fora de mim. Ela era guardada a sete chaves no meu peito feliz e frágil, era parte de mim que eu escondia por que não tinha por que mostrar.
Eu tinha orgulho de mim e a repulsa não era necessaria, por que nao haviam inimigos capazes. E mesmo alguns capazes, não eram indignos. Eu poderia sobreviver a eles. Mas aos incapazes, aos indignos, aos donos de alguma sorte ou talismã, não, a esses eu só tinha repulsa. Pulsa. Repulsa. Pura Repulsa.
Escutei musica. Escutei gritos. Vi luzes. E tudo me deu tanto asco, tanto nojo, tanta raiva, que eu quis me trancar em salas vazias e a prova de sons. Eu só queria um pouco de silêncio, e uma maneira de fazer silêncio às dores que me ameaçavam. Não, não por coisas tão pequenas. Desculpa aí, mas não aceito sofrer. Desse mal não. E a repulsa pulsa. Pura. Por mim, dessa vez. E por eles.
Quis tapar meus ouvidos para não ter que escutar o canto. Tentei. Mas a musica se alastrava, queimando, o canto de vitória que não me deixava pensar. Então cantei. Outras musicas, mais bonitas, mais minhas, mais cheias de glória e de histórias. E minha propria voz fazia o mundo sumir, e eu so era capaz de escutar meus proprios gritos, meus proprios motivos.
Eu cantava e chorava, e fechava os olhos pra não chorar.
Eu era vitoriosa.
Eu era.
Não era.
Eu era só repulsa. Pulsando. Cantando. Expulsando os pensamentos e as dores.
Eu era silêncio. E queria silêncio. Cantando.
"Came without a warning so I had to shoot him dead
He won't come around here anymore
Come around here?
I don't feel so bad"
Wake up Call - Maroon 5.
Mt bom...
ResponderExcluirbjs